A política dos Estados Unidos para Cuba se caracteriza por grandes conflitos de interesses que remontam ao governo de Thomas Jefferson, na primeira década do século XIX. As relações conflituosas se aprofundam com a Revolução Cubana de 1959, na qual os revolucionários encabeçados por Fidel Castro Ruz promoveram reformas estatais de cunho socialista que desagradavam os EUA naquele contexto da Guerra Fria.
A Revolução Cubana (1959), liderada por Fidel e Che Guevara, teve apoio popular até de não esquerdistas, pois os principais ideais dos revolucionários vitoriosos eram a soberania nacional e a soberania popular. Cuba estava então sob o jugo do autoritário e impopular ditador Fulgêncio Batista, abertamente defensor dos interesses dos Estados Unidos, e que mantinha inclusive ligações com a Máfia norte-americana. Tais e tantos foram os desmandos de Batista que, nos últimos meses de seu governo, até os Estados Unidos, seu principal aliado, retiraram seu apoio militar formal ao ditador amigo, embora mantivessem seu apoio extra-oficial (que durou até a fuga do ditador deposto de Cuba para a República Dominicana, levando consigo 40 milhões de dólares de fundos públicos, retirados do tesouro cubano)contra a guerrilha promovida por Castro .
No entanto, em grande parte devido as políticas adotadas por Eisenhower e Nixon, que não demonstravam nenhum respeito pela soberania nacional de Cuba, Fidel Castro acabou por atrelar-se ao socialismo soviético - alguns analistas acham até que Fidel viu-se forçado a atrelar-se - recebendo apoio do líder soviético na época, Nikita Khrushchov, principalmente na defesa da ilha e na compra do principal produto de exportação de Cuba, o açúcar. Na sua campanha presidencial Kennedy acusou as políticas de Nixon e Eisenhower de "negligência e indiferença", e de terem colaborado para que Cuba entrasse na cortina de ferro.
As reformas estatais de cunho socialista promovidas por Fidel Castro desagradaram os EUA no contexto da Guerra Fria. Isto acabou resultando que Cuba e EUA mantivessem relações diplomáticas tensas, marcadas por hostilidades e sanções econômicas, com freqüentes episódios de confronto aberto, que incluem a Operação Mongoose e a Operação Northwoods, além da tentativa fracassada de invasão da ilha, no episódio conhecido como Baía dos Porcos. (Ver também a Crise dos mísseis de Cuba). Essas relações mantém-se tensas até os dias de hoje, tomando novas características sob os mandatos dois últimos presidentes americanos, Bill Clinton e George Bush, e fica visível nos discursos antiamericanos de Fidel Castro e nas posições diplomáticas dos EUA, que mantém sanções econômicas à ilha castrista, já condenadas por 15 vezes mediante resoluções da Assembléia Geral das Nações Unidas .
domingo, 19 de outubro de 2008
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